O que o CEO da NotCo pensa sobre a crise? E sobre Elon Musk?
O jornal Diario Financieiro, do Chile, perguntou. Matías Muchnick, cofundador e CEO da NotCo, respondeu sobre esses e vários outros assuntos.
Mais do que isso: Matías abriu as portas do laboratório no Chile que deu origem à NotCo, em 2015 (assista no vídeo abaixo). Recentemente, ele foi ampliado de 150 metros quadrados para 1000 metros quadrados. Diante do crescimento da empresa, até que foi pouco.
O fundador deu a entrevista em dezembro de 2022, após a captação de US$ 70 milhões que avaliou a NotCo em US$ 1,5 bilhão. Resiliente, a empresa manteve o valuation do período pré-crise.
Para Matías, no período pré-crise algumas empresas sem substância foram injustemente valorizadas. Com a alta nas taxas de juros, mesmo boas startups poderão sofrer.
O trecho abaixo é uma pequena amostra da entrevista. Você encontra a íntegra, em espanhol, aqui.
Por que havia investimento em empresas sem substância?
Matías - Por que o dinheiro era grátis, o capital era grátis. Era melhor fazer um mau negócio do que ficar de fora. Houve processos inflacionários muito baixos, taxas de câmbio muito estáveis, política calma...
Então 2022 deu a volta por cima: taxas de câmbio extremamente altas, incerteza nas alturas, uma cadeia de suprimentos quebrada e (guerra entre) Rússia e Ucrânia.
Adicione tudo isso e o investidor terá um ataque de pânico.
Essa crise é bem parecida com a pontocom e a década de 1970. As empresas em 2010 demoraram 10 anos para encontrar as mesmas avaliações de 2000.
Pior ainda na década de 70, que demorou 16 anos. Hoje em dia ninguém tem a bola de cristal. Vejo um 2023 complexo.
As conversas com investidores mudaram diametralmente. Antes te perguntavam quanto você vende e quanto você cresce.
Agora perguntam quando a empresa vai dar lucro e quanto você gasta. Antes não importava o quanto você gastava. Importava o quanto você crescia.
Tivemos que levar a sério essa pergunta e dizer: “Temos que fazer um plano para sobreviver nos próximos cinco anos sem ter que ir ao mercado novamente”, e isso significa mudar tudo na empresa.
Mudar o quê?
Matías - Da mentalidade aos gastos: que papel você compra, quanto gasta com alimentação, quantas pessoas deve haver na empresa para ser eficiente, que projetos de inovação abandonar.
Porque quando você começa a crescer e crescer, você embarca em projetos que não fazem diferença. Você tem que matar 75% dos projetos e manter os 25% que fazem 80% da diferença.
Tínhamos de cinco a seis projetos de inovação, havíamos anunciado o NotSalmon e o NotAtun... Tchau, acabou. E nós demos mais valor ao projeto do queijo, que era o que o consumidor realmente estava pedindo.
Você é fã de Elon Musk?
Matías - Ele é o Da Vinci da nossa geração. É polêmico. Eu o admiro muito, mas não o invejo em nada. Ele tem um problema: não vai à terapia.
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https://youtu.be/kK7FWjgGxNM