O termo femtech representa um mercado que permaneceu nas sombras por muito tempo, mas que está sendo transformado por soluções feitas por mulheres e para mulheres.
Dentro do segmento de healthtechs, o nicho ganhou força na pandemia e já é um caminho sem volta, com perscpectiva de crescimento acelerado até o fim da década.
Mas o que significa femtech e qual é o tamanho desse mercado? A partir de agora, vamos entender o que significa femtech e quais são as tendências para os próximos anos. Continue a leitura!
O que é femtech?
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A palavra femtech foi criada por Ida Tin, fundadora do app de rastreamento de menstruação e fertilidade Clue. Esse nicho de mercado envolve softwares, apps, produtos e serviços que usam a tecnologia para melhorar a saúde da mulher. As inovações nesse ramo geralmente se enquadram em:
- produtos para menstruação;
- fertilidade e controle de natalidade;
- menopausa;
- condições crônicas e distúrbios hormonais;
- saúde pélvica;
- gravidez e pós-gravidez;
- amamentação;
- bem-estar sexual;
- cuidados de saúde gerais.
Clue: a primeira femtech do mundo
Ida Tin é a fundadora do aplicativo Clue, que ajuda as mulheres que precisam entender seus ciclos mentruais e seu período fértil.
Em uma entrevista ao site Business Insider em junho de 2020, ela contou que teve a ideia quando começou a tomar a pílula e pensou em como a tecnologia e a pesquisa científica em outras áreas haviam avançado desde a década de 1960.
Segundo ela, existem muitos serviços generalistas de tecnologia em saúde. Mas o direcionamento nas mulheres é importante porque elas vivem experiências e dilemas únicos.
Ter filhos muito cedo, por exemplo, pode influenciar fortemente na independência financeira e nas escolhas que uma mulher faz. Por isso, focar em modelos de negócios disruptivos nesse segmento também é uma forma de dar mais liberdade de escolha para o público feminino. Veja o que a própria Ida Tin tem a dizer sobre femtech no vídeo a seguir:
O mercado de femtech no mundo
No mundo, o mercado de femtech deve movimentar 50 bilhões de dólares até 2025 segundo a consultoria Frost & Sullivan.
Os números chegam a trilhões de dólares em estudos que analisam prazos mais longos, mas não é necessário ir muito longe para entender o potencial: basta apenas considerar que as mulheres representam cerca de 50% da população no mundo.
Os apps femtechs mais baixados nos Estados Unidos em 2022 na App Store e Play Store são:
- Flo Period and Ovulation Tracker
- MyFLO Period Tracker
- Sweat: Fitness App for Women
- Period Tracker- Period Calendar
- Femometer Period Tracker
- Pregnancy and Baby Tracker WTE
- Baby Center Pregnancy Tracker
- Period Tracker by GP Apps
- Workout for Women Fitness App
- FitHer:Workout for Women
Fonte: SensorTower
Femtech foi uma das top 10 palavras de 2019 segundo o jornal britânico The Guardian. É inegável que eles fecham o gap em relação a ferramentas que ajudam na saúde da mulher. No entanto, existem algumas preocupações.
Há críticas ao termo no sentido de que ele não contempla homens trans e pode ser um incentivo à chamada pink tax (cobrar mais caro por produtos direcionados a mulheres).
Além disso, a preocupação com a privacidade e o que as femtechs fazem com os dados das mulheres também é um debate em voga. Confira mais no vídeo a seguir:
O mercado femtech no Brasil
Segundo o Inside Healthtech Report da Distrito, o Brasil tem hoje 23 startups dedicadas ao segmento de femtech. As principais são:
Theia
Fundada por Flavia Deutsch Gotfryd e Paula Crespi, a startup nasceu com o objetivo de proporcionar cuidado coordenado e multidisciplinar para a mulher grávida. O app acompanha a gestante desde o pré-natal até os primeiros dias de cuidados com o bebê.
Uma das questões identificadas nas pesquisas com usuárias é o medo que elas sentem em relação a vários aspectos da gravidez: o medo de não conseguir engravidar, de não ter um bebê saudável, de sofrerem violência no parto e de estarem sozinhas na jornada.
Hoje, as fundadores conseguem endereçar parte desses problemas com informação e apoio à gestante. Por meio do app, é possível fazer todo o pré-natal, o parto e o pós-parto com uma equipe de médicos e especialistas.
Ziel Biosciences
A Ziel Biosciences pesquisa e desenvolve inovações focadas em pessoas com câncer e saúde da mulher. O objetivo é aumentar a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes. A startup foi fundada em 2016 pela doutora em biologia celular e molecular Caroline Brunetto de Farias.
Uma das inovações que a Ziel desenvolve é um autocoletor de secreção vaginal associado a um teste que ajuda a rastrear rapidamente indícios de câncer de colo de útero.
O objetivo da fundadora é oferecer essa solução por um custo baixo para 50 milhões de mulheres entre 25 e 64 anos.
Gestar
A publicitária Lettycia Vidal é a fundadora da Gestar, um app que conecta profissionais de saúde com mães em busca de cuidados humanizados na gestação e no pós-parto.
Hoje, a plataforma tem 24 profissionais que assinam o serviço para ficarem à disposição de pacientes. Por meio da plataforma, é possível marcar consulta virtual ou presencial e os valores são combinados entre profissional e paciente na hora da consulta. Além disso, a startup também promove eventos e cursos focados em saúde e bem-estar.
Pantys
A americana Emily Ewell e a sobrinha Maria Eduarda Camargo fundaram a Pantys em 2017. Trata-se de uma marca de calcinhas e absorventes que combina tecnologia, sustentabilidade e design para trazer mais conforto para mulheres no período menstrual.
As peças são fabricadas em tecido biodegradável com bloqueador de odores, alta capacidade de absorção e durabilidade de dois anos ou 50 lavagens. Segundo a empresa, o uso de um de seus produtos por um ano economiza 400 absorventes descartáveis que levariam mais de 400 anos para se decompor.
Além da linha regular de calcinhas, também há uma linha moda praia, sutiã absorvente para amamentação e cueca absorvente para homens trans.
Oya Care
Stephanie von Staa Toledo é a fundadora da Oya Care. A empresa nasceu em 2020 e tem foco em uma mudança no comportamento feminino: as mulheres estão tendo filhos mais tarde.
Segundo o IBGE, na última década o número de mulheres que se tornaram mães pela primeira vez entre 30 e 34 anos aumentou 36%. Entre os 35 e 39 anos, o aumento foi de mais de 50%.
Seu principal produto é chamado de Descoberta da Fertilidade, um exame digital avaliado em R$ 499 que analisa o estilo de vida, histórico familiar, ciclo menstrual, idade e o hormônio antimülleriano (HAM). Todas essas informações ajudam a apontar o estágio da vida fértil da mulher.
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