Investir é uma maneira de se preocupar com o futuro. Mas futuro em quais condições? Nesse sentido, ganham força as aplicações financeiras cujo objetivo é aliar bons resultados com questões da temática ESG, que envolvem preservação do meio ambiente, governança e o lado social. Entra em cena o investimento de impacto.
Essa categoria vem ganhando relevância diante de desafios como aquecimento global, desigualdade social e outras questões que afetam o planeta como um todo. Além disso, as startups e as marcas disruptivas com esse foco também impulsionam a busca por investimento com propósito.
A partir de agora, você vai entender um pouco mais sobre como funciona esse tipo de investimento e quais são as opções disponíveis. Também vai saber quais são as métricas de um investimento de impacto e como avaliar as empresas que se posicionam nesse terreno. Acompanhe!
O que é investimento de impacto?
Investimento de impacto é uma forma de aplicar dinheiro com o objetivo de gerar um impacto positivo e mensurável no meio-ambiente ou na sociedade. Em outras palavras, significa aliar performance e propósito.
Para as empresas, fundos de investimento e organizações com essa proposta, é ter produtos ou projetos ligados à temática ESG, com resultados que podem ser medidos. Para quem aplica dinheiro, representa uma maneira de apoiar causas, fomentar o crescimento dessas organizações e obter retorno financeiro.
É possível fazer um investimento de impacto da forma tradicional, comprando ações de empresas, fundos de investimento ou qualquer outro ativo que tenha relação com esse universo. Já existem até as debêntures ESG, que são títulos de dívida corporativa para captar recursos que serão usados em projetos nessa área.
Embora não seja um mercado exatamente novo, ele vem ganhando cada vez mais relevância. Segundo a Global Sustainable Investment Alliance, o tamanho dessa indústria já chega a US$ 35 trilhões. Para se ter uma ideia, até governos têm fundos soberanos focados em impacto social e ambiental, como Japão e Noruega, por exemplo.
No Brasil, uma das principais referências nesse nicho é o Sitawi, uma organização de interesse público (OSCIP) que constitui fundos de investimento para em investir em empresas que causam impacto social positivo.
Como medir o impacto de um investimento?
Mensurar os resultados do investimento de impacto é uma das exigências para ele ser considerado nesta categoria. Tanto as mudanças sociais quanto ambientais são norteadoras para atrair investidores e mostrar o real efeito.
Duas maneiras são bastante utilizadas para medir este impacto: uma é através de indicadores que meçam o efeito do projeto. A outra é a comparação com grupos similares que não foram contemplados por estes investimentos. Por exemplo, analisar o que teria acontecido com parte daquele grupo socioambiental sem o investimento é uma maneira de analisar os verdadeiros efeitos que foram gerados.
No caso dos fundos de investimento de impacto, as principais métricas são:
- Impact Report and Investment Standards (IRIS): é o conjunto mais difundido de métricas para avaliar o impacto social de uma iniciativa. Envolve medidas de inclusão, como quantidade de mulheres em posições de liderança, de responsabilidade ambiental, como a quantidade de energia usada em determinado processo, e assim por diante. Existem métricas para mais 15 indústrias diferentes, que podem ser conferidas no site da IRIS.
- Global Impact Investing Rating System (GIIRS): desenvolvido pelo B-Lab, uma organização sem fins lucrativos, é considerada o padrão-ouro dos fundos de impacto. Ela se baseia na metodologia IRIS, com alguns acréscimos. É usada para certificar Empresas B ou B-Corporation, cujo modelo de negócio é focado em responsabilidade social e ambiental. A The Craftory, investida da G2D, é uma B-Corporation.
Por que investir em ESG? Quais causas buscar?
Para montar uma boa carteira de investimentos, é importante considerar o seu perfil, os seus objetivos e as aplicações financeiras que vão te fazer chegar lá. Além disso, para fazer investimentos ESG ou investir em projetos de impacto, é necessário entender com quais causas sociais ou ambientais você quer contribuir.
Como o caminho até o lucro pode levar mais tempo do que as aplicações tradicionais, vale a pena considerar aquelas aplicações alinhadas com seus valores e entender que se trata de um investimento de longo prazo.
Greenwashing: como identificar?
Greenwashing (banho verde ou maquiagem verde) é um termo em inglês que significa se apropriar indevidamente do discurso de responsabilidade ambiental para conquistar o público interessado. Na mesma linha, o termo Social Washing é uma crítica a organizações que se apropriam do discurso filantrópico.
Para identificar essas práticas, é necessário se aprofundar nas métricas IRIS e GIIRS. Além disso, também é preciso identificar se a organização segue os padrões internacionais de responsabilidade ambiental e social, além das melhores práticas de governança definidas por esses modelos.
Investimento de impacto no Brasil: como aplicar o seu dinheiro
Fazer investimento de impacto no Brasil é algo relativamente recente para o público em geral. Porém, o cardápio de aplicações financeiras disponíveis só aumenta. Veja a seguir as principais categorias de investimentos ligadas a ESG à sua disposição:
1 – Fundos de investimento de impacto
É possível investir em fundos de investimento de impacto por meio de bancos tradicionais e corretoras de valores. As aplicações começam em cercad de R$ 100. Confira os principais a seguir:
(Fundo – gestora)
- Fama Ações FIC FIA – Fama
- Santander FIC FI Ethical Ações – Santander Asset
- BB Ações Sustentabilidade FIC Ações – BB
- Bradesco FIA Sustentabilidade Empresarial – Bradesco Asset Management
- BB Ações Governança – BB
- BB Multimercado LP Global Green Private – BB
- Porto Seguro Selecta FIC Ações – Porto Seguro Investimentos
- BB Ações ESG Globais Fic Ações BDR Nível I – BB
- Constellation Compounders ESG FIA – Constellation Asset Management
- BB Ações Equidade – Banco do Brasil
- Warren Green FIA – BDR Nível I – Warren
- SulAmérica Total Impacto FIA – SulAmérica
- Equitas Selection Mão Amiga FIC FIA
- Warren Equals FIA – Warren
- JPG ESG FIC FIA – JGP
- Trend ESG Global – XP Vista
- Santander GO Global Equity ESG Reais Multi IE FI – Santander Asset/Robeco
- JGP ESG Ações 100 Prev XP Seg FIC FIA – XP Asset Management
- Selection ESG FIC FIA – XP Asset Management
- JGP ESG Institucional – JGP/Vitreo
- Schroder Sustentabilidade Ações Globais FIC FIA – Schroders Brasil
- FoF ESG Carbono Neutro – Vitreo
- Fundo W-ESG – Franklin Templeton e Vitreo
- Trend Lideranças Femininas – XP
- Santander Prev Ethical 70 Sustentabilidade Mult FIC FI – Santander Asset
- Agora Top Green index – Bradesco Asset Management/Ágora Investimentos
- NAU Capital Impacto FIQ de FIA – XP Advisory
- Bradesco FIC MM ESG Global – Bradesco Asset Management
- Carteira Itaú Internacional ESG – Itaú
- Itaú ESG H2O Ações – Itaú
- Itaú ESG Energia Limpa Ações – Itaú
- BTG Sustentabilidade ETF FI Ações – BTG Pactual
- BNP Paribas Blackrock Estratégias ESG FIA IE – BNP/BlackRock
- Brasil Capital Sustentabilidade Advisory FIC FIA – XP/Brasil Capital
- Blackrock Global Impact Advisory FIA IE – XP/Blackrock
- JP Morgan ESG Emerging Markets Advisory FIA IE – XP/ JP Morgan
- Safra Impacto ASG – Safra Asset
- XPA ESG – XP Private
- XP Investor ESG – XP Asset
2 – ETFs de ESG
Os ETFs ou Exchange Traded Funds são fundos de investimento negociados na bolsa de valores. Para comprar uma cota, basta ter acesso a um home broker e digitar o código de negociação (ticker).
(Código de negociação: nome – gestora)
- ESGB11: ESGB11 – BTG Pactual;
- GOVE11: It Now GOVE11 – Itaú Unibanco;
- ECOO11: iShares Índice Carbono Eficiente (ICO2) Brasil Fundo de Índice – BlackRock;
- ISUS11: It Now ISE – Itaú Unibanco.
3 – Debêntures ESG ou Green Bonds e Social Bonds
Debêntures são títulos de dívida: investimentos emitidos por empresas ou governos para financiar projetos. Tratam-se de títulos de renda fixa que têm prazo maior de vencimento (10 anos, em média) e oferecem risco mais elevado, uma vez que a garantia de pagamento é dada pela própria empresa. No caso das debêntures ESG, elas são emitidas com foco em iniciativas nesse segmento.
A B3, a bolsa de valores brasileira, classifica as debêntures ESG em quatro categorias, que são:
- Títulos Verdes (Green Bonds);
- Títulos Sociais (Social Bonds);
- Títulos de Sustentabilidade (Sustentability Bonds);
- Títulos Vinculados à Sustentabilidade (Sustentability-Linked Bonds).
4 – BDR da G2D
A G2D Investments é uma plataforma que investe em startups e empresas em fase pré-IPO. Somos o primeiro fundo de Venture Capital na B3, a bolsa brasileira. Por meio do nosso papel, G2DI33, qualquer pessoa pode ter acesso a um portfólio diversificado de empresas no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa.
Em nossa carteira, temos companhias comprometidas com diversidade, melhor qualidade de vida, saúde e tecnologia para preservar o meio ambiente. Algumas das empresas do nosso portfólio que estão diretamente ligadas à temática ESG são:
- Moss Earth: startup de venda de créditos de carbono, lançou o primeiro token brasileiro desse mercado, o MCO2;
- Dropps: produz cápsulas de detergente, os famosos pods, e itens lavanderia que são ecologicamente responsáveis;
- Dyper: produz fraldas biodegradáveis a partir de fibra de bambu e se responsabiliza pelo descarte;
- Who Gives a Crap: vende papel higiênico, toalhas de papel e lenços biodegradáveis. Desde a sua fundação, a empresa doa metade de seus lucros para construir banheiros, ajudando 2 bilhões de pessoas que não possuem acesso a saneamento básico no mundo.
Agora que você sabe como fazer um investimento de impacto, que tal conhecer mais detalhes sobre os nossos negócios? Veja quais empresas fazem parte do grupo de unicórnios da G2D.