Somente em 2021, empresas SPAC captaram mais de US$ 2 bilhões nos Estados Unidos para investir no Brasil.
Esse modelo de financiar empresas vem crescendo nos últimos anos e já se tornou uma alternativa à abertura de capital. Tanto que ficou conhecido como IPO do cheque em branco.
A partir de agora, você vai entender o que é SPAC, como ele funciona e quais são as principais diferenças em relação a fazer um IPO. Confira a partir de agora.
O que é SPAC?
O termo SPAC é a abreviação de Special Purpose Acquisition Company, expressão em inglês para Companhia com Propósito Especial de Aquisição.
São empresas sem operação comercial e com dinheiro em caixa para investir em outros negócios. Suas ações são lançadas na bolsa para levantar mais capital e encontrar companhias para investir.
O SPAC é uma forma de inverter a lógica na hora de pensar em empresas que lançam ações na bolsa.
Da forma tradicional, um negócio é avaliado pela sua receita e potencial de crescimento no futuro. Um SPAC, porém, tem apenas dinheiro para investir e os recursos podem ser aportados em qualquer tipo de negócio, especialmente startups.
As empresas que se fundem com um SPAC automaticamente se tornam empresas de capital aberto.
Como funciona um SPAC?
O processo de criação de um SPAC é bem semelhante a levantar capital para um fundo de investimento. A diferença é que esse fundo terá ações listadas na bolsa de valores. Ou seja: será uma companhia aberta, com todas as obrigações que precisa cumprir.
Eles costumam ser formados por investidores ou gestores (também chamados de sponsors) com experiência em uma determinada indústria ou setor de negócios, justamente para buscar fusões e aquisições nessa área.
Ao criar um SPAC, os fundadores às vezes têm em mente pelo menos um alvo de aquisição, mas não o identificam para evitar divulgações extensas durante o processo de IPO.
Justamente por isso, os SPACs são conhecidos como IPO do cheque em branco. Eles geralmente têm um prazo de dois anos para fechar algum negócio.
Apesar da prática existir há cerca de 20 anos, SPACs têm crescido nos EUA de forma exponencial. No ano de 2020, o equivalente a US$ 83 bilhões foi arrecadado, superando a marca de US$ 13,6 bilhões em 2019.
O mercado de tecnologia é o ramo de maior crescimento das empresas alvo de SPACs, acompanhado pelo segmento de healthtechs e outros negócios na área da saúde.
SPAC ou IPO? Entenda as vantagens de cada estratégia
Uma empresa que se funde com um SPAC foge do modelo tradicional de abertura de capital. A seguir, veja as vantagens de cada uma dessas alternativas.
Vantagens das companhias SPAC
- a fusão com um SPAC leva entre três e seis meses, enquanto um processo de IPO pode levar 18 meses;
- o preço não depende do apetite do mercado, pois é negociado antes da conclusão da transação. Num IPO, o preço inicial das ações depende da demanda dos investidores institucionais durante o road show;
- a fusão com o SPAC é mais focada na credibilidade da gestão do que na operação da empresa em si, o que ajuda a ganhar a confiança de investidores institucionais.
Vantagens do IPO
- uma companhia que faz um IPO de forma direta tem mais independência. No caso da fusão com um SPAC, os compradores definem os termos;
- fazer um IPO exige uma série de processos anteriores, como a due diligence: uma investigação feita por empresas de auditoria para garantir que as informações divulgadas sobre o negócio são confiáveis;
- um IPO tradicional segue à risca todos os requisitos regulatórios, documentação e prazos. Por isso, o processo acaba levando mais tempo para ser concluído.
É possível fazer SPAC no Brasil?
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), autarquia do Ministério da Economia, realizou uma pesquisa pública em 2021 para avaliar o lançamento de SPACs na B3, a bolsa de valores do Brasil.
Poucos meses depois, em dezembro, a Alvarez & Marsal anunciou ter tido autorização para fazer o primeiro pedido de listagem na B3. O valor para ser investido é de R$ 1 bilhão em oferta para investidores profissionais.
Empresas G2D que se fundiram com SPACs
A G2D Investments é uma empresa de Venture Capital que trabalha com companhias que estão revolucionando o mercado. Algumas empresas que já fizeram parte do nosso portfólio foram adquiridas por SPACs e hoje são empresas públicas. Conheça:
Astra
Fundada em 2016, a Astra foi a primeira empresa de lançamento espacial a ser negociada na Nasdaq. A fusão se deu com a SPAC Holicity, movimento que gerou cerca de US$ 500 milhões.
Antes de fazer um SPAC, a Astra era investida da G2D por meio da Expanding Capital, um fundo de Venture Capital no Vale do Silício.
Clover Health
Aos seis anos de startup, a Clover Health realizou uma fusão de US$ 3,7 bilhões com a Social Capital Hedosophia Holdings Corp. Atualmente com 57 mil membros em seus planos de saúde, a Clover Health também era investida da G2D por meio da Expanding Capital.
Como a G2D te ajuda a investir melhor
A G2D Investments permite que qualquer pessoa invista em empresas de capital fechado por meio de seu papel na B3, o G2DI33.
Em nosso portfólio, temos companhias no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa que estão despontando em novas tecnologias e tendências de consumo.
Quer investir de forma segura e diversificar o seu portfólio? Inscreva-se na nossa newsletter e receba as novidades direto em seu e-mail.