É mais comum ouvir falar em stock options em startups. Como se tratam de empresas de alto crescimento, muitas vezes elas oferecem o direito à compra de ações como benefício.
Imagine ter o direito de comprar ações do Facebook quando a empresa ainda não era tão grande e ganhar milhares de dólares quando a empresa se tornou uma big tech.
Adotadas desde a metade do século XX nos Estados Unidos e na Europa, as stock options ganharam fama a partir dos anos 1990 no Brasil e o interesse por elas cresceu mais ainda com o surgimento de unicórnios como 99, Creditas, iFood e Nubank, pois elas são uma forma de investir em startups.
Mas existem alguns requisitos para ter direito a stock options. Vamos ver quais são eles e quando vale a pena cumpri-los para conquistar esse direito. Acompanhe!
O que são stock options?
Stock options são documentos que dão o direito de comprar ações de uma empresa por um determinado preço depois de determinado tempo.
Geralmente, elas fazem parte de programas de retenção de talentos, sendo dadas como recompensa por performance a funcionários. Além disso, também podem compor a remuneração de cargos mais altos em uma companhia.
As stock options são resultado de um Plano de Opção de Compra de Ações. A área de tecnologia é a que mais utiliza essa tática, além dos ramos de finanças. Segundo um estudo da consultoria Pris, especializada em planos de incentivo, as stock options são comuns em 73% das empresas brasileiras de capital aberto.
O tempo que as stock options levam para se tornarem conversíveis é chamado de período de vesting. Esse é o tempo que uma pessoa deve permanecer no relacionamento com a empresa para validar o seu direito de comprar as ações da companhia.
O valor de uma ação é fixado no presente e se chama strike price. Esse preço leva em conta o valor das ações no momento em que o direito de compra foi conquistado. Após o período de vesting, a tendência é que essa ação valorize, especialmente se a companhia receber novas rodadas de investimento, o que aumenta o seu valuation.
Vesting: entenda como converter stock options em ações
O Vesting é um dispositivo para aumentar a retenção das pessoas que ganham stock options, chamadas de stock holders. Ele aponta o tempo mínimo de permanência para que a pessoa tenha direito a converter suas opções em ações e geralmente é uma conversão gradual: quanto mais tempo ficar, mais stocks poderá converter.
Imagine o seguinte exemplo: uma pessoa ganhou stock options equivalente a 100 ações de uma empresa. No entanto, o período de vesting é de quatro anos e as ações podem ser convertidas de forma igualmente proporcional.
Assim, caso a pessoa saia no primeiro ano após ganhar as opções, por exemplo, terá direito a converter apenas 25% de suas stock options. Há ainda planos que exigem uma carência maior para a conversão. Por isso, vale prestar atenção aos termos de cada acordo.
Como obter stock options? Vale a pena?
As stock options não podem ser compradas de forma direta. Elas precisam ser concedidas por uma empresa conforme os critérios estruturados em seu Plano de Compra de Ações. Um desses critérios pode ser a performance no trabalho, mas existem companhias que dão esse direito por tempo de permanência e nível hierárquico, como parte da remuneração.
Esses critérios precisam ser claros quanto ao que é necessário para ganhar essas opções e ao número de ações que seus donos podem comprar.
Quanto a investir em startups, quanto mais inicial é o estágio, mais é necessário prestar atenção a esse plano para manter o cap table da empresa organizado, algo que é fundamental para que essas companhias possam buscar recursos de novos investidores.
Quanto a valer a pena, é necessário uma análise do cenário da companhia e suas perspectivas de crescimento e os critérios estabelecidos no Plano de Compra para conquistar o direito e converter as ações.
As stock options permitem que qualquer pessoa possa, de fato, ser sócia do negócio em que trabalha, mas vale ter em mente que nem todas as startups serão o próximo Facebook.
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