A Web3 para creators vem se mostrando mais interessante em termos de remuneração do que plataformas como Instagram, Facebook e Spotify.
A conclusão é do mais recente relatório da Andreessen Horowitz, a a16z, sobre o tema. No documento State of Crypto, o renomado fundo de Venture Capital americano compara as vantagens de produzir conteúdos para a Web3 em relação às plataformas já consolidadas da Web2.
A partir de agora, vamos entender melhor a visão da a16z sobre o assunto e relembrar conceitos importantes relacionados ao tema. Acompanhe.
Web3 seria o país mais rico do mundo (e com o menor imposto)
174 mil dólares: essa foi a remuneração média de cada um dos 22,4 mil creators de NFTs em 2021, segundo a a16z. O ganho per capita coloca a Web3 em um patamar semelhante ao dos países mais ricos do mundo.
Na lista dos países com o maior PIB per capita, a Web3 apareceria atrás apenas de Liechtenstein, um território europeu entre a Áustria e Suíça que tinha menos de 40 mil habitantes em 2020. Nessa mesma lista, o Brasil aparece com US$ 6,7 mil por habitante, na 110ª posição.
Os países com o maior PIB per capita do mundo segundo o Banco Mundial são:
- Liechtenstein: US$ 175,8 mil por habitante;
- Mônaco: US$ 173,6 mil por habitante;
- Luxemburgo: US$ 116,3 mil por habitante;
- Bermuda: US$ 107 mil por habitante;
- Suíça: US$ 87,1 mil por habitante.
Outro ponto de destaque no relatório da Andreessen Horowitz é o take rate, taxa cobrada pelas empresas por transações realizadas dentro de suas plataformas, tanto na Web2 quanto na We3. Vamos entender melhor no tópico a seguir.
Take rate: o custo para creators divulgarem suas obras
O take rate é o valor cobrado por plataformas online sobre a receita gerada com a publicação de conteúdos. Para publicar um aplicativo na App Store da Apple, por exemplo, o take rate é de até 30%. No caso do Youtube, 45% da receita fica com a plataforma.
No Instagram e no Facebook é ainda mais difícil ganhar dinheiro, considerando que muitos creators nem sequer são remunerados por suas postagens. Ou seja: o take rate chega a 100%. E isso sem considerar o gasto com postagens pagas.
Por outro lado, a OpenSea, um dos maiores marketplaces de NFTs atualmente, inverte a lógica das Big Techs e cobra um take rate de 2,5%.
“Os take rates dos gigantes da Web2 são extorsivos. As plataformas da Web3 oferecem condições econômicas mais justas”, diz a a16z.
O relatório cita um artigo do congressista norte-americano Ritchie Torres para o New York Daily News, no qual o político faz uma análise controversa: “Você sabe que algo está profundamente errado com nossa economia quando as Big Techs têm um take rate mais alto do que a máfia”.
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Web3 e a perda de poder das Big Techs
E se vivéssemos em um mundo onde os creators detêm a relação com sua audiência em vez de apenas alugar? E se as pessoas pudessem investir no sucesso desses creators? Esse é o questionamento de Adam Mosseri, Head do Instagram, em um Ted Talk publicado em maio de 2022.
Vindo de um dos representantes da Meta (holding do Facebook e do Instagram), esse posicionamento é um claro sinal de que a Big Tech de Mark Zuckerberg já começou a se mexer para contemplar a mudança de paradigma na relação entre plataformas e creators. Não por acaso, a Meta é a plataforma com o maior take rate entre as gigantes de tecnologia.
Não está claro como essa mudança vai acontecer na prática, mas alguns dos caminhos são os seguintes:
- imagine ter uma lista de seguidores no Instagram que pode ser exportada e trabalhada de outras maneiras em outras plataformas. Você escolhe de que maneira;
- outra possibilidade oferecida via blockchain é se tornar apoiador da carreira de um artista para ter participação nas receitas geradas por ele no futuro, algo semelhante a investir em empresas.
Uma nova chance de ganhar dinheiro na internet
Como você já notou, a Web3 propõe uma maneira totalmente diferente de tratar a produção e a remuneração do conteúdo dos usuários, seja esse conteúdo um aplicativo, uma canção, um vídeo, uma obra de arte. Dessa forma, é uma forma de potencializar a creator economy, a economia facilitada por software.
Mas como a adoção ainda é pequena, é cedo para qualquer conclusão: os 22,4 mil creators de NFTs são um número pequeno considerando os quase 3 bilhões de usuários do Instagram e do Facebook e dos 11 milhões de artistas no Spotify.
Assim como no início da história das plataformas dominantes, existe hoje uma oportunidade real para creators aproveitarem as primeiras ondas de adoção e monetizar suas criações.
A própria a16z considera que a Web3, em termos de desenvolvimento, ainda está nos anos 1990 comparada à Web2. O relatório da gestora é categórico ao afirmar:
“Espere muito mais creators adotando NFTs em suas comunidades quando eles descobrirem como podem rentabilizar muito melhor vendendo bens digitais diretamente para seus fãs em vez de fazerem banners, anúncios e outras formas de monetização da Web2”.
A questão em aberto é: o que vai acontecer à medida em que esse espaço for cada vez mais ocupado? Seguimos acompanhando.
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É o caso do Mercado Bitcoin, uma das empresas no portfólio da G2D. Maior exchange de criptomoedas da América Latina, a empresa permite a emissão e negociação de NFTs dos mais diversos criadores, desde tokens de time de futebol até as NFTs de Silvio Santos.
Além do Mercado Bitcoin, a Moss Earth, plataforma de negociação de créditos de carbono, também é parte do portfólio da G2D por meio da The Craftory, fundo que investe em marcas de consumo do século 21. Assine a Newsletter da G2D e fique por dentro de todas as novidades.